Essa é uma história baseada em e-mails reais.
Na semana passada, alguns colegas receberam, surpresos, a seguinte mensagem - com direito a "ameacinha" - de uma das colaboradoras de uma importante coluna social publicada em um grande jornal brasileiro:
"Queridos amigos assessores,
Vocês precisam começar a pensar numa outra maneira de trabalhar a coluna.
Deste jeito não está funcionando pra nós. Só para vocês. A quantidade de notas de assessoria tem sido grande demais. Queremos notas menos comerciais, sem que tenham, obrigatoriamente, um nome de um cliente ou de uma empresa.
Vocês passam o dia todo na rua, em contato com um monte de gente bacana, com informações privilegiadasPonham a cabeça para funcionar e também enviem notas boas! Sejam "assessores da imprensa" (e não somente dos seus clientes). Daqui pra frente esta será a nossa moeda de troca.
Sejam boas fontes e não pedintes!!!!!"
...
Horas depois, uma nova mensagem:
"Queridos,
Pelo jeito muitos de vocês ficaram magoados...recebi e-mail de colegas, indignados, furiosos.
Acho que o tom ficou pesado. Não era essa a idéia. A única intenção era melhorar a qualidade das informações para os leitores."
Quando o resultado do seu trabalho depende exclusivamente das assessorias de imprensa, que são pagas para divulgar informações de seus clientes, fica bastante ridículo fazer uma exigência dessas. O que eu questiono: a tal pessoa que quer notas menos comerciais em sua coluna (que costuma publicar, inclusive, croquis de lounges de empresas em eventos, além de detalhes sobre quem os montou e com comida e bebida de quem) é quem deveria sair mais para a rua, ir conferir o que está acontecendo nos eventos, almoçar mais com fontes, enfim, trabalhar. Porque eles ficam esperando que as informações caiam no colo deles. Mais: querem publicar quem foi aonde, quem falou com quem, quem deu baixaria, quem fez conchavo e quem ficou com quem ANTES do evento acontecer. Para isso, eles precisam das informações passadas pelas assessorias de imprensa. E precisam muito! É, o mundo dos sem-noção só cresce...
Só mais um detalhe: assessor de imprensa não tem muito tempo de ficar na rua, não. Tem que ralar para caramba. Se essas colunas quiserem colocar "olheiros", "fofoqueiros" e "espiões" nas ruas, que contratem mais gente para tal. Ou não passem o dia inteiro com a bunda na cadeira esperando informações quentes e exclusivas caírem dos céus.
4 de setembro de 2006
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Um comentário:
levantar a bunda da cadeira é o X da questão... é que deve dar muita preguiça, né?
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